O novo (velho) charme dos carrinhos de chá
Se falamos de carrinho de chá-bar não há como falar deste clássico: design comum nos EUA, popularizou-se em toda a América e nem é possível se atribuir uma real autoria. Estrutura em madeira, com rodinhas apenas na frente, uma espécie de “guarda corpo” em metal dourado e duas bandejas que guardam apetrechos para chá e café, além, é claro, taças, copos e garrafas de whisky e bebidas mais comuns.
Todo mundo sabe que tudo que é vintage (algo que esteve na moda nas décadas de 40, 50, 60 ou 70 do século XX), tem voltado com força desde o início dos anos 2.000. Pode ser uma peça de roupa, um tipo de maquiagem, uma cor (ou tonalidades), ou até mesmo um jeito de usar uma roupa: tudo que é vintage tem sido muito valorizado e, na moda casa, isto não é diferente. Daí que a volta do uso dos carrinhos de chá – ou carrinhos de chá e bar – nas salas de estar, jantar, corredores mais largos e até halls de entrada tem sido vista como uma das mais interessantes sob muitos aspectos.
Design da dinamarquesa Stine Gam e do italiano Enrico Fratesi – do estudio ‘GamFratesi’ – “Chariot” é na verdade uma mesinha lateral que pode ser movida sobre suas enormes rodas que se tornaram o elemento ícone da peça. Possuem um fino perfil de borracha, o que facilita seu deslocamento, caso a estrutura metálica que sustenta as duas bandejas de armazenamento seja usada como alça e o “carrinho”, levantado um pouquinho: peça polivalente super bem pensada de 2013, disponível em vários acabamentos.
Um deles é o da funcionalidade, já que qualquer peça que possa dar apoio em espaços onde se necessite atender aos visitantes com bebidas e pequenos lanches é sempre bastante bem vinda. Ainda mais se esta peça puder ficar ali mesmo, no local onde ela vai ser utilizada, não sendo necessária nenhuma forma de espaço para guarda ou “disfarce” para a mesma. Outro é o do visual em si, já que muitos destes carrinhos não foram desenhados agora, mas foram fabricados em décadas passadas e, portanto, têm evidenciados seu jeitão “anos 60″, ou seja, um “ar retrô” muitas vezes desejado no décor. Fica realmente um charme, em espaços muito modernos, utilizar uma peça em madeira de lei bem escura, com acabamento com cera alto brilho, ou em latão dourado brilhante, ou ainda em vidro e espelho, tão delicados que parecem que vão se partir a qualquer instante.
O carrinho “JZ” foi desenhado por Jorge Zalszupin em 1950 e hoje é editado pela Etel Interiores em Sucupira em Imbuia certificadas.
Há ainda o aspecto de recuperar uma linguagem que andava meio esquecida nos interiores. Reviver uma peça de outra época é também retomar um modo de viver do passado que certamente tinha seus pontos positivos, bem como os negativos. E, dessa forma, a gente pode pensar se não era bom mesmo poder usar este ou aquele móvel e retomar o uso deste ou daquele objeto esquecido ou guardado no armário, que tanto nos auxiliava. Refazer nossas rotinas é um bom modo de rever quem fomos e o que nos tornamos, e também de avaliar se nossos novos caminhos foram mesmo os melhores. Ou se o passado ainda pode nos ensinar – ou ajudar – de alguma forma.