Entrevista: Bruno Faucz – Parte I
No melhor estilo “criador e criatura”, Bruno Faucz e a poltrona “Trentini”: baseada em estudo de formas retas.
Um dos designers mais jovens e prolíficos dos últimos anos, o catarinense Bruno Faucz começou sua vida profissional como desenhista de móveis em fábricas brasileiras que, aos poucos, têm se destacado na criação de peças exclusivas e muito especiais, levando ao mundo o melhor do design brasileiro. Durante 7 anos Bruno lidou com o dia a dia da linha de produção, absorvendo suas dificuldades e desafios. Também viajou por todo o país pesquisando o chamado “momento de compra”, e em 2013 resolveu abrir seu próprio estúdio de design. Baseado nos pilares Mercado – Indústria – Design, e sempre buscando produtos completos do fabrico ao dia a dia das casas das pessoas, obteve muito sucesso: já foi convidado a expor nas semanas de design de São Paulo, Nova York e Paris, teve suas peças publicadas em mais de 60 veículos até o final de 2014, recebeu destaque em uma peça sua no livro “Design Brasileiro de Móveis” – que conta com os destaques de peças de assento de 1928 a 2013 – foi jurado da Casa Cor Santa Catarina, participou de talk shows e, neste ano, expôs em Milão na Brazil S.A. e no iSaloni. Não é pouca coisa! Por tudo isso e muito mais, achamos interessante fazer algumas perguntas a Bruno, que nos atendeu com toda simpatia de uma pessoa que está “no caminho certo”. Vamos ler?
Blog Passeio – BP *Como foi a decisão de sair da indústria e abrir um escritório próprio de design? Como aconteceu?
Foi algo natural na verdade, trabalhei 7 anos em uma fábrica do pólo moveleiro de São Bento do Sul, nos últimos 2 anos a fábrica já não estava tão atuante no mercado interno, o foco estava na exportação e corporativo. Neste período e me vi preso, não tinha mais como crescer, o que aprender e principalmente, não existia mais nenhum desafio no meu dia a dia. No último ano que trabalhei lá eu já vinha estruturando a ideia de abrir meu escritório e levar uma vida empreendedora, comecei a gerar portfólio, fiz meu ( http://brunofaucz.com ) site e comecei a fazer alguns contatos. No momento certo, na hora certa, a empresa encerrou meu contrato como funcionário. No mesmo dia já fiz algumas ligações e em menos de um mês já tinha uma parceria fechada. Busquei muito contato com grandes jornalistas, pois acreditei que eles seriam as pessoas mais certas para que eu tinha uma parceria fechada. Busquei muito contato com grandes jornalistas, pois acreditei que eles seriam as pessoas mais certas para que eu pudesse saber se o meu trabalho estava ou não maduro. Tive um grande retorno positivo, as primeiras publicações surgiram, novas parcerias foram aparecendo, participações internacionais aconteceram e cá hoje estou eu, podendo viver de design, que além de profissão é uma paixão.
BP *Com 29 anos, um tremendo sucesso, muita divulgação e muitas solicitações, você se acha um designer pronto ou ainda há o que
ser formado?
Sempre haverá o que aprender, acho que nunca vamos saber tudo. Quero aprender muito ainda, me cercar de boas parcerias e pessoas para que possamos elevar nossos trabalhos juntos.
BP *Que tipo de fontes você busca para criar: livros, mostras, feiras, revistas, eventos, etc.? O que te inspira?
Sou muito observador e curioso, talvez essas nem sejam atribuições particulares, acho que são atribuições de quem é designer, ao menos não consigo imaginar um designer que não seja tanto observador quanto curioso. Assim estou sempre vendo alguma coisa da área, revistas, Instagram, Pinterest, sempre batendo o pé em feiras e eventos de design. Gosto muito de moda e arte, sou um espectador destes universos. O que inspira não só o meu trabalho, mas a minha vida, é pensar que existiu uma pessoa que morreu por mim, que fez isso para salvar a minha vida, Jesus Cristo.
BP *Qual o designer nacional que mais te influenciou até hoje e qual o internacional? Por que?
Puxa, não sei nomear um, sempre gostei do design brasileiro como um todo, desde antigos nomes como Zalszupin, Sergio Rodrigues, dos mais recentes passando pelo Paulo Alves e mais novos ainda, que são praticamente da minha geração, Zanini de Zanine, Paulo Biacchi, Sergio Mattos entre vários outros em toda a ‘timeline’ do design brasileiro. Dos internacionais, gosto muito de um nome que descobri nos últimos anos: Arne Norell.
O trabalho dele é fantástico, para quem não conhece, vale a pena dar um Google!
(continua…)
Saiba mais sobre Bruno Faucz – www.brunofaucz.com