O Leão de Ouro de Paulo Mendes da Rocha
De origem capixaba, Paulo Mendes da Rocha é hoje um de nossos maiores arquitetos vivos. Agraciado com o Pritzker Prize em 2006 – considerado o “Oscar da Arquitetura” – eis que sua obra se destaca novamente a nível mundial: foi o escolhido neste ano para receber o Leão de Ouro, prêmio máximo da Bienal de Arquitetura de Veneza, um dos mais importantes eventos da arquitetura mundial.
Indicado pelo também premiado pelo Pritzker, o chileno Alejandro Aravena – que é curador do Conselho de Diretores da Bienal – Mendes da Rocha não poderia ser alvo de maior deferência: afinal de contas, em sua defesa para a concessão do prêmio Aravena o coloca como “(…) um desafiador inconformado ao mesmo tempo que um realista apaixonado”, e o conselho ratifica sua indicação afirmando que “o atributo mais marcante de sua arquitetura é a atemporalidade”, o que certamente foi decisivo na indicação.
Considerado um dos principais membros da Escola Paulista de Arquitetura, Mendes da Rocha segue o estilo Brutalista e foi dos profissionais que mais utilizou o concreto na arquitetura como material base/estrutural e também de acabamento em sua obra. Dentre seus projetos mais significativos estão o ginásio do Clube Atlético Paulistano, o Museu Brasileiro da Escultura, a recuperação estrutural da Pinacoteca de São Paulo, o pórtico de entrada da estação do metrô da Praça do Patriarca em São Paulo, entre outros.
Do alto de seus 87 anos de vida desafiadora e produtiva, o arquiteto receberá o Leão de Ouro em cerimônia no Palazzo Giustinian, em Veneza, Itália, no próximo dia 28 de maio.