O design da eslovena Nika Zupanc
Um belo design de execução um tanto delicada: varetas de metal na luminária “Pom pon”.
Ninguém conhece bem o design da Eslovênia. Aliás, entre os brasileiros podemos dizer que nem conhecemos direito o país Eslovênia, que dirá seu design: formada em 1991, a República da Eslovênia fez parte da antiga Iugoslávia de onde se separou e hoje tem como fronteira a Áustria, a Hungria, a Croácia, a Itália e o mar Adriático. Entrou para a Comunidade Europeia em 2004 e vai levando sua vidinha lá, sem que nós tomemos muito conhecimento dela. Pois foi neste lugar distante que nasceu Nika Zupanc, designer de quem vamos falar agora.
Da mesma forma que seu país, sabemos muito pouco da jovem designer. O pouco que conseguimos ‘rastrear’ – é, não foi fácil encontrar nada sobre ela, é que Nika formou-se no ano 2000 em Ljubljana mesmo, capital de seu país. Criou inúmeras peças por si própria, além de produzir interiores e de se projetar para o exterior através de feiras de design. Ou seja: não ficou parada. Trabalhou muito e forte e duro para provar seu valor. Finalmente, deu certo: foi convidada pela italiana Moroso e por Marcel Wanders, da Moooi a criar para as marcas.
Para a primeira, a chamada “Tailored chair” parece mesmo um corselet preto e bem justinho, instigante e sexy, provocante para se usar em um bar ou em um ambiente que dê asas à imaginação de homens e mulheres. Já a coleção de luminárias “Lolita” para a Moooi trabalha o lado frágil das meninas moças: em formato de sino, tem versão de pé, pendente e mesa, com uma funcionalidade das melhores. Vem em branco, preto ou rosa que, nos dias que correm, pode integrar inúmeros espaços bem dentro do foco da “cor do ano”, e não apenas quartos para bebês ou crianças.
E toda a produção da designer é bem assim: feminina, feminista, sexista, mas nada boba ou pueril, nem muito menos ingênua. Em uma entrevista ela já sinalizou que acredita que exista sim, um verdadeiro “clube do Bolinha” no mundo dos “top designers” e que ela quer entrar neste clube. Ela deseja o destaque, as luzes da fama e não precisa atuar apenas com um trabalho com leitura “feminina”. Se olharmos para suas peças – e para seus interiores e muito mais que já criou – veremos sua força e sua opinião muito forte e decidida, e perceberemos que ela não brinca em serviço. Lidando com metal, vidro, madeira,
tecido, plástico, ABS, alumínio, dá para perceber que Nika é uma potência criativa, e que vai mesmo criar até quando e onde puder – sem limites, preconceitos ou rótulos.