Museu do amanhã: conheça o projeto ousado e sustentável
Hoje, dia 19, o Museu do Amanhã, no Pier Mauá, na cidade do Rio de Janeiro, abre suas portas para o público, com entrada gratuita por 32 horas. O projeto futurista é do arquiteto espanhol Santiago Calatrava
O Museu, que vai oferecer experiências sensoriais aos visitantes, começa com uma imersão coletiva na área batizada de Cosmos e prossegue em outros quatro espaços da exposição principal: Terra, Antropoceno, Amanhã e Nós. Mas a própria arquitetura é uma das atrações que leva a refletir sobre o que está por vir. O prédio escultural, erguido no Pier Mauá, como uma das ancoras do Porto Maravilha – um projeto de requalificação da região portuária do Rio de Janeiro –, foi concebido pelo renomado arquiteto espanhol Santiago Calatrava, o mesmo que desenhou a Ponte da Mulher na área portuária de Buenos Aires, capital da Argentina.
O edifício de 15 mil m² tem dois andares conectados por rampas, que facilitam o acesso e a circulação, e é cercado por espelhos d’água, ciclovia e equipamentos de lazer na área de 30 mil m². O design arrojado do prédio exigiu uma obra complexa. Para calcular a estabilidade da cobertura metálica, que avança em dois grandes balanços em direção à praça e sobre o espelho d’água, foram realizados ensaios por técnicos em túnel de vento, o que garantiu a dinâmica correta. A forma curva e longilínea moldada com concreto teve como objetivo respeitar e deixar visível o conjunto arquitetônico do entorno – o Mosteiro de São Bento, importante construção barroca do país; o edifício A Noite, primeiro arranha-céu da América Latina e sede da Rádio Nacional; o Museu de Arte do Rio – MAR. O primeiro andar abriga o auditório com 400 lugares, área para mostras temporárias, cafeteria, restaurante e loja. O segundo, sob a cobertura de 10 m de altura, dedica-se à exposição de longa duração e oferece vista panorâmica para a Baía de Guanabara.
Além da vista para o entorno, o projeto do Museu do Amanhã privilegia a entrada de luz natural em todo o edifício: grandes aberturas com vidro em esquadrias retangulares ocupam as fachadas e em esquadrias triangulares, as laterais. Focada na sustentabilidade, a arquitetura busca a certificação LEED (Liderança em Energia e Projeto Ambiental), concedida pelo Green Building Council (USGBC). Em função disso, usa os recursos naturais visando a economia energética. Por exemplo, a cobertura do prédio é composta de 48 grandes estruturas de aço que se movem como asas ao longo do dia, de acordo com a posição do Sol, e servem de base para painéis fotovoltaicos, otimizando a captação de energia solar. Além disso, a água da Baía de Guanabara é empregada na climatização das áreas internas e reutilizada no espelho d´água. Para isso, seis bombas instaladas no subsolo do prédio retiram as águas frias do fundo da Baía (em média, a temperatura encontrada no mar do Rio de Janeiro está entre 18°C e 24°C) para serem usadas na troca de calor no sistema de refrigeração. Isso reduz bastante o consumo de energia porque dispensa o emprego de equipamentos elétricos e o consumo de água potável em torres de resfriamento.
Além da exposição principal, o prédio tem espaços para mostras temporárias e auditório com 400 lugares. Abriga o Laboratório das Atividades do Amanhã, ambiente coletivo de experimentação e espaço para exibição de projetos e protótipos, e o Observatório do Amanhã, que irá exibir, catalogar e repercutir relatórios e informações das pesquisas científicas e tecnológicas em temas relacionados ao museu.
O Museu do Amanhã proporcionará visão acessível dos processos complexos que estão alterando o planeta. Na sondagem e experimentação de novos panoramas e convivências, o espaço se converte em instrumento de educação que aponta cenários em transformação de um futuro próximo – possibilidades produzidas no presente com impacto sobre as novas gerações.
Serviço:
Funcionamento: De terça a a domingo, de 10h as 18h (última entrada para exposição 17h)
Entrada gratuita às terças
Ingressos: R$ 8 (meia-entrada R$ 4). Pagamento em dinheiro ou cartão (Visa ou Mastercard)
Mais informações: museudoamanha.org.br